quando um dos pais vai viver para longe

A minha ex decidiu ir viver para 300 Km´s de distância com os nossos 2 filhos, já depois do divórcio. Em tribunal consegui férias repartidas e três fins de semana por mês mas em que dois tinham que ser onde eles estão. Escusado será dizer que foi terrível, sobretudo porque tive que andar com eles em casas alugadas tipo aparthotel nesses dois fins de semana por mês. Senti que lhes estava a fazer um mal terrível, porque era muita instabilidade para os miúdos passarem tanto tempo em casas completamente estranhas para eles. Decidi, penalizando toda a minha vida pessoal, profissional e financeira mudar de cidade e mudar de emprego para onde eles estão. Agora as coisas estão melhores, sinto-me mais perto da vida deles, mas a minha ex e respectiva família têem-me feito a vida negra... diz que não percebe porque é que eu mudei para o pé deles... que devo ter outra razão qualquer... De qualquer forma, tenho a vida toda do avesso por causa desta decisão e não sei se a aconselharia... Acho que deves lutar por mais tempo nas férias. Acho também que não a deves levar para um hotel a não ser que seja tipo férias... é preferível estares durante o dia e ela ir dormir a sua casa, por mais que isso te custe. Agora, nas férias acho que tem que haver compensação nestes casos. Abraço.

Parabéns DLisboa e Nuno70 pela demonstração de Amor e dignidade que conferem ao significado de ser Pai.

Bem Hajam e que sirvam de exemplo de vida para as pessoas que se demitem daquilo que é mais importante das suas vidas.

Desejo, que tudo vos corra com a força e dedicação que demonstram.

Abr,
MS

Nuno70 escreveu:

A minha ex decidiu ir viver para 300 Km´s de distância com os nossos 2 filhos, já depois do divórcio. Em tribunal consegui férias repartidas e três fins de semana por mês mas em que dois tinham que ser onde eles estão. Escusado será dizer que foi terrível, sobretudo porque tive que andar com eles em casas alugadas tipo aparthotel nesses dois fins de semana por mês. Senti que lhes estava a fazer um mal terrível, porque era muita instabilidade para os miúdos passarem tanto tempo em casas completamente estranhas para eles. Decidi, penalizando toda a minha vida pessoal, profissional e financeira mudar de cidade e mudar de emprego para onde eles estão. Agora as coisas estão melhores, sinto-me mais perto da vida deles, mas a minha ex e respectiva família têem-me feito a vida negra... diz que não percebe porque é que eu mudei para o pé deles... que devo ter outra razão qualquer... De qualquer forma, tenho a vida toda do avesso por causa desta decisão e não sei se a aconselharia... Acho que deves lutar por mais tempo nas férias. Acho também que não a deves levar para um hotel a não ser que seja tipo férias... é preferível estares durante o dia e ela ir dormir a sua casa, por mais que isso te custe. Agora, nas férias acho que tem que haver compensação nestes casos. Abraço.

A minha menina tem 2 anos, e a situação do hotel embora não sendo a ideal, é a única hipótese que tenho de dormir, com ela, de a ver dormir, de acordar com aquela boa disposição...
Enfim, não é a situação perfeita, mas quero aquela rotina, de lhe poder dar banho, dar-lhe o jantar, pequeno-almoço, etc.,... Sinto mesmo falta disso.

A mudança de cidade, para mim neste momento profissionalmente é impraticável.

Mas vamos ver o que dá a nova ida a tribunal.

mars00 escreveu:

Parabéns DLisboa e Nuno70 pela demonstração de Amor e dignidade que conferem ao significado de ser Pai.

Bem Hajam e que sirvam de exemplo de vida para as pessoas que se demitem daquilo que é mais importante das suas vidas.

Desejo, que tudo vos corra com a força e dedicação que demonstram.

Abr,
MS

Faz-me imensa confusão, aqueles pais que se querem demitir de tudo o que sejam responsabilidades da paternidade.
A esses o tribunal quase que obriga a serem pais, já quem quer ser pai, tem de lutar para ter o mínimo...

Como eu percebo o que tu sentes... Eu escrevi e depois arrependi-me... desculpa. Eu sei a falta que faz o dar banho, vestir pijama, o beijo de boa noite, o acordar, o acalmar o sonho mau da noite. Eu sei... é isso que é ser pai. E é nesses momentos que se consegue criar uma relação intima com os nossos filhos.

Tenta que seja sempre no mesmo sitio... Há o sistema do Homeaway... Aluguer de apartamentos...

Em relação a mudar de cidade, como disse, não aconselho, embora o tenha feito há cerca de 6 meses. Portanto, falo com conhecimento de causa. Porque estou este momento numa enorme instabilidade pessoal, profissional e financeira que me pode prejudicar e muito. E acaba por se transmitir também aos miúdos e que me impede de lhes dar a estabilidade que pretendia quando vim para cá. Inclusivamente estou a pensar em voltar... mas cada caso é um caso. Depende da condição financeira, profissional, apoio no sitio para onde se vai, relação com a ex ou o ex, etç.

É preferível compensar nas férias, feriados, pontes e tentar usufruir ao máximo dos fins de semana. Acho que é por aí...

Nuno70 escreveu:

Como eu percebo o que tu sentes... Eu escrevi e depois arrependi-me... desculpa. Eu sei a falta que faz o dar banho, vestir pijama, o beijo de boa noite, o acordar, o acalmar o sonho mau da noite. Eu sei... é isso que é ser pai. E é nesses momentos que se consegue criar uma relação intima com os nossos filhos.

Tenta que seja sempre no mesmo sitio... Há o sistema do Homeaway... Aluguer de apartamentos...

Em relação a mudar de cidade, como disse, não aconselho, embora o tenha feito há cerca de 6 meses. Portanto, falo com conhecimento de causa. Porque estou este momento numa enorme instabilidade pessoal, profissional e financeira que me pode prejudicar e muito. E acaba por se transmitir também aos miúdos e que me impede de lhes dar a estabilidade que pretendia quando vim para cá. Inclusivamente estou a pensar em voltar... mas cada caso é um caso. Depende da condição financeira, profissional, apoio no sitio para onde se vai, relação com a ex ou o ex, etç.

É preferível compensar nas férias, feriados, pontes e tentar usufruir ao máximo dos fins de semana. Acho que é por aí...

Pois, a relação com a Ex e respetiva família, não é a melhor, há muito atrito, pontas soltas, enfim um pesadelo.
Já sofri a minha parte de humilhações e maus tratos, mesmo em frente da menina, mas lá está, se fosse eu a fazer o que me fizeram, seria violência doméstica...
Vou compensando com as férias, fins de semana, e o que for dando para aproveitar.

Em termos de férias, qual o regime que tens Nuno?

Tenho metade das férias todas, com excepção do Carnaval que é todo para mim. Mas a minha ideia quando estava longe era tentar compensar nas férias de Verão com mais tempo.

Por exemplo desde o início das férias até à 1ª ou 2ª semana de Agosto. seriam mais ou menos 2 meses para mim e um para a mãe. Durante este periodo seria a mãe a ficar com os dois fins de semana por mês.

Nuno70 escreveu:

Tenho metade das férias todas, com excepção do Carnaval que é todo para mim. Mas a minha ideia quando estava longe era tentar compensar nas férias de Verão com mais tempo.

Por exemplo desde o início das férias até à 1ª ou 2ª semana de Agosto. seriam mais ou menos 2 meses para mim e um para a mãe. Durante este periodo seria a mãe a ficar com os dois fins de semana por mês.

Pois, faz mais sentido do que 15 dias no Verão... E os 2 dias na Páscoa/Natal/Ano Novo...

Também vos dou os parabéns DLisboa e Nuno70 , que bom que é ver o amor que tem pelos vossos filhos .

De todas as magoas que o divórcio me trouxe, a maior é ver o meu ex abandonar completamente o filho , ao contrário de vós ele pode ver o filho sempre que quiser , nos dias e horários que quiser , só que não quer . Foi viver para outra cidade( com a nova namorada) e esqueceu-se completamente do filho.

Está a perder o filho ( que está a entrar na adolescência e já entende tudo ) .

Profissionalmente lido todos os dias com adolescentes e sei bem as consequências da alienação parental , por isso não desistam de lutar por estar presentes na vida dos vossos filhos , continuem com essa força .

Quase há 7 anos atrás tive de fazer essa escolha e sair do Pais. Pedi a opinião de 2 advogados e ambos disseram-me que não tinha qualquer chance. O meu ex-marido é muito complicado. Sai do Pais e deixei o meu filho com o pai. Não aconselho isso a ninguém, porque perdi a custódia do meu filho e agora mal o consigo ver. Se precisar sair do Pais, para outro da Comunidade Europeia, faça-o e leve os seus filhos consigo. Nesse Pais, coloque um advogado de lá para alterar a custódia dos seus filhos. Portugal é um Pais do terceiro mundo neste sentido. Não deixe os seus filhos com o Pai, mas se necessario com familia chegada, quando na preparação de mudar de Pais.
Se decidir ir sem os seus filhos e deixar com o Pai, coloque um advogado para lhe redigir uma nova custódia mais do que favorável para si (e mais do que você possa fazer, e não o minimo - porque minimos tornam-se máximos, na luz da lei). Boa sorte!

marguerita escreveu:

Também vos dou os parabéns DLisboa e Nuno70 , que bom que é ver o amor que tem pelos vossos filhos .

De todas as magoas que o divórcio me trouxe, a maior é ver o meu ex abandonar completamente o filho , ao contrário de vós ele pode ver o filho sempre que quiser , nos dias e horários que quiser , só que não quer . Foi viver para outra cidade( com a nova namorada) e esqueceu-se completamente do filho.

Está a perder o filho ( que está a entrar na adolescência e já entende tudo ) .

Profissionalmente lido todos os dias com adolescentes e sei bem as consequências da alienação parental , por isso não desistam de lutar por estar presentes na vida dos vossos filhos , continuem com essa força .

Eu infelizmente também não tenho a hipótese de viver na mesma cidade que a minha menina, e acredita chega a doer
fisicamente...

A última tentativa foi a mediação familiar, para ver se com alguém a tentar conciliar as duas posições, se podia chegar a algum lado.
Eu predispunha-me a meter um dia de férias, percorrer 400Kms por isto, mas a mãe da minha filha acha que ela fazer 20 Kms e pagar 50€ é muito!
Tudo para não ser confrontada por alguém neutro, e perceber o quão errada está.

As última alegações são de que a menina é perfeitamente feliz assim, e que não precisa de mais férias com o pai...
Uma mãe alienante...

A verdade é que me fartei desta situação, e tudo será posto em tribunal, porque dar o poder de decidir a alguém que claramente não tem capacidades para tal é e será sempre um erro.

Os tribunais deviam sempre avaliar psicologicamente os pais antes de dar a guarda, para perceber que certas pessoas não têm capacidade suficiente, de abandonar a vontade própria em favor do interesse dos filhos!

O meu ex é pai à distancia, mas cada vez que vem a Portugal, 1x por mês, ou de 2 em 2 meses, esses dias são para ele e para o filho, é pena que as mulheres não vejam isso assim, que as crianças não podem prescindir do outro lado...fiz questão de que no acordo de responsabilidades parentais assim ficasse, sempre que vier a Portugal esses dias ficam para ele, e claro que ele foi o 1º a dizer que sim..

catarina38 escreveu:

O meu ex é pai à distancia, mas cada vez que vem a Portugal, 1x por mês, ou de 2 em 2 meses, esses dias são para ele e para o filho, é pena que as mulheres não vejam isso assim, que as crianças não podem prescindir do outro lado...fiz questão de que no acordo de responsabilidades parentais assim ficasse, sempre que vier a Portugal esses dias ficam para ele, e claro que ele foi o 1º a dizer que sim..

Os meus parabéns por agires assim, catarina38...
O teu filho vai-te agradecer mais à frente.
É uma questão de equilibrio, por muito que nós achemos que o nosso amor é suficiente para os nossos rebentos serem felizes...
Há duas partes...
Pena que nem toda a gente veja as coisas assim.

Dlisboa, sim é assim que devia ser, pais a pensarem nos filhos 1º e as guerras entre eles são deles, não dos filhos que gostam de ambos os progenitores.
Tenho plena noção que o meu filho é muito mais feliz assim. Neste momento o pai está cá 5 dias, e está a ser a loucura para ele. Estamos divorciados no papel à 1 mes e meio, ainda estou na "nossa" casa, ele, o pai, tem dormido cá tb, em outro quarto. nestes dias, n houve um grito, um levantar de vós, simplesmente estamos o menos possivel juntos no dia a dia, só dormimos debaixo do mesmo teto por questões logisticas. Para o mes que vem espero já cá não estar.
Acho que o que me ajudou foi o meu dia a dia profissional que é mesmo de "guerras" entre pais nas responsabilidades parentais!!
Jurei a mim mesma e fiz o meu ex jurar que não fariamos aquilo que eu vejo todos os dias no meu trabalho, e onde tento fazer o meu melhor para que os miudos não passem por isso...

catarina38 escreveu:

Dlisboa, sim é assim que devia ser, pais a pensarem nos filhos 1º e as guerras entre eles são deles, não dos filhos que gostam de ambos os progenitores.
Tenho plena noção que o meu filho é muito mais feliz assim. Neste momento o pai está cá 5 dias, e está a ser a loucura para ele. Estamos divorciados no papel à 1 mes e meio, ainda estou na "nossa" casa, ele, o pai, tem dormido cá tb, em outro quarto. nestes dias, n houve um grito, um levantar de vós, simplesmente estamos o menos possivel juntos no dia a dia, só dormimos debaixo do mesmo teto por questões logisticas. Para o mes que vem espero já cá não estar.
Acho que o que me ajudou foi o meu dia a dia profissional que é mesmo de "guerras" entre pais nas responsabilidades parentais!!
Jurei a mim mesma e fiz o meu ex jurar que não fariamos aquilo que eu vejo todos os dias no meu trabalho, e onde tento fazer o meu melhor para que os miudos não passem por isso...

No meu caso, tentei conversar, tentei que terceiros a fizessem ver o erro que está cometer, mediação familiar também...
Mas nada...
A breve trecho teremos de ir a tribunal de novo, não por causa de carros, casas, mas por causa de uma filha, nunca me
passou pela cabeça tal coisa, sempre pensei que seria algo que só acontecia aos outros.

Na última visita, nem me pude despedir da minha filha, simplesmente tiraram-na da minha vista, e ao tentar aproximar para
me despedir, viraram-me costas como se fosse um leproso, ao ver a cara da minha menina, sem perceber o que se estava a
passar, baixei os braços, e chegando ao hotel pedi mais uma noite de estadia, sendo que no dia seguinte me fui despedir da nina
à creche e ainda tive o bónus de receber a prenda do dia do pai um dia mais cedo

Vou a tribunal pedir o mínimo aceitável, no caso do meu filho, devolveram-me o acordo por apenas pedir 30 dias de férias no
Verão, diziam que para bem da criança, o mínimo seriam 60 dias de férias no total anual!

Enfim, veremos o que diz o tribunal...

Dlisboa, espero que consiga é que o acordo seja cumprido....espero mesmo.