Filhos de pais divorciados - um estigma?

Um filho estara sempre em primeiro lugar nas nossas prioridades, mas acima de tudo nao podemos viver PARA os filhos.

A minha tem 5 e tb esta numa fase que parece cola, sempre atras de mim. Dou-lhe carinho e tento apoia-la, mas o que é demais é exagero. A minha sogra faleceu á pouco e o meu pai tb, td seguido e para ela perdeu 2 avós. É duro q c o passar do tempo mais ela vai tendo noçao, mas... tem de crescer e nao ficar dependente de mim.

Amor e carinho mais do qb, mas ás vezes aplicar um xutinho no cu para os fazer avançar. Senao, como será o futuro deles???!!!

Força e alguma paciencia.

Lança sinceramente nao sei que te diga.
Talvez esse convivio mais intenso com o pai tenha trazido algo de novo ao seu pensamento... Talvez ele tenha aquela "nostalgia" de vos ver como ve os colegas.
Agora a questao é que ele tem e ira perceber que assim nao é. E um dia á de passar.

O meu tem 6, e a fase nao é melhor. Imaturo para a idade, passa as aulas a falar. E com conversa nao consigo po-lo na ordem. E por vezes vejo-me a desesperar. O pior é que mesmo distraido aprende. E os testes mostram-nos. Espero que o tempo tambem ajude a sua concentraçao. Agora tem levado castigos mas nem isso o parece mover.

Quem disse que ser pai/mae era facil?

Estou com a praia os nossos filhos não são nem devem ser considerados coitadinhos por uma coisa dessas, os pais estão separados, têm casas diferentes, mas não deixam de ter pai e mãe(excepto alguns casos), não deixam de ser amados e mimados e até passam a ter prendas a dobrar agora crises sempre existiram e não deixaram de estar presentes quer nos casais junto quer nos separados.

Olá Lança,

Eu mudava era de pediatra...

Abraço

Obrigada a todos pelas palavras que aqui me deixaram.

Mário, tens razão!

praia, hoje em dia, o que não é "normal"?

Nocas, vou já seguir o teu conselho.

já me acusaram ( e eu tenho essa consciência) de ser um pouco preconceituosa. Contudo, conheço algumas e BOAS excepções a muitas regras. Para minha ( e do meu filho!) desgraça, sou muito ansiosa, o que não está a judar nada no momento. Estou a tentar controlar-me ao máximo e ter muita, mas muita paciência.

Eu sabia que ser mãe não era fácil, sei-o desde que o meu filho nasceu. Foi sempre um miúdo "difícil". E é nestas alturas que me dava jeito uma "maõzinha". É nestas alturas que sinto falta de um pai em casa. Porque não me venham com histórias, mas cada um de nós tem a sua função - a de mãe e a de pai. Nenhum substitui o outro.


Um abraço para todos.

Pois Lança, isso é a mais pura das verdades. Ás vezes sentimo-nos desamparadas pois cada um tem mesmo o seu papel.

Deixa lá, isso vai passar!!! Afinal tens conseguido até agora! É mais uma coisa a ultrapassar. Depois disso, pensa em ti.

Lança, o que descreves relativamente ao teu filho não será mais um resultado de ser filho único?

Quanto ao estigma dos filhos de pais divorciados, independentemente do período imediatamente à separação/divórcio, que tem necessariamente efeitos sobre as crianças, penso que são os adultos que criam e incentivam esse estigma. Porque perdoam mais do que devem, porque exigem menos, porque tratam a criança de maneira diferente, pelo facto de ser filho de pais divorciados. Sejam os pais casados ou divorciados, os filhos continuam a precisar de carinho, de regras, de atenção, de exigência, etc.
Os meus filhos já passaram mais anos das suas vidas com os pais divorciados do que casados, e não lhe reconheço qualquer trauma ou comportamento desviante. Sâo óptimos alunos, responsáveis, sociáveis, têm as suas telhas e os seus feitios, como qualquer jovem da sua idade.

Ola Lança,

Acho que os nossos filhos por terem os pais divorciados não são coitadinhos, nem deixes que te digam isso. São iguais ás outras crianças.
E ninguém está livre de passar por um divorcio, mesmo aqueles casais que aparentemente dão- se muito bem. Por isso, na minha opinião acho que devemos dar atenção aos nossos filhos, dar muito amor para saberem que gostamos deles, devemos estar atentas, mas também devemos e importante trata los com crianças normais que são. E já agora também temos que ter tempo para nos para estarmos bem e transmitir isso a eles.
Bj.

Felizmente não passei por nenhuma situação destas (ainda?).
Mas coitadinhos é que os meus filhos nao são, sem nunca serão. Devo dizer que talvez tenha ajudado a guarda partilhada e o relacionamento cordial entre mim e a ex. Talvez tb o facto de nao ter alterado em um milimetro o meu comportamento para eles depois do divórcio. Continuo a ser o mesmo pai chato, exigente que dá raspanetes quando é necessário mas tb. muito carinho e beijos (quase sempre).
Ja ouvi (depois de um dos tais raspanetes) Pai, quero ir para a mae! (outro tópico eu sei, lol).
Limitei-me a responder muito calmamente: "Nem pensar, está acordado ficar comigo até ao dia x e assim será. Tens de me aturar até esse dia"
Não lhes desculpo, nem acho que ninguem lhes deve desculpar ou ter outro comportamento perante eles pq os pais sao divorciados . Estão muito melhor assim do que outras crianças com os pais casados mas em que ha discussões ou mesmo violência.
Lança, preconceitos e, principalmente, a ansiedade são contraproducentes. Os filhos notam logo e transmite para eles logo. Sei que nao deve ser fácil, mas o melhor é ter calma, muita paciência e nao "encucar" demasiado.

Unfug escreveu:

Lança, preconceitos e, principalmente, a ansiedade são contraproducentes. Os filhos notam logo e transmite para eles logo. Sei que nao deve ser fácil, mas o melhor é ter calma, muita paciência e nao "encucar" demasiado.

Estou a tentar não o fazer, mas não é fácil derrubar a ansiedade. Entretanto, felizmente, as coisas melhoraram.
Não dou nenhum "tratamento especial" ao meu filho, nem deixo que o façam, para que fique claro. Se calhar por isso é que as coisas me custam tanto, se deixasse andar e lhe fizessse todas as vontades não me aborrecia tanto...

Como disse o fsonecas, quem disse que ter filhos é fácil? E, à medida que crescem, os problemas não diminuem

Obrigada a todos pelo apoio.

encontrei aqui um grande tópico... n precisei expor o q se passa cmg... nem precisei pedir a vossa opinião... está tudo aí...
a chantagem, as birras, o "quero ir para casa do pai", a conversa do "pois, na situação q ela está temos q ter mais paciência"...
é mt bom ler-vos

O número de divórcios tem vindo a aumentar, sendo várias as causas que podem levar ao rompimento da vida conjugal. No entanto, esta ruptura torna-se ainda mais difícil quando existem filhos em comum. Este é um processo que provoca na vida dos seus interlocutores um grande sofrimento, sentimentos de perda e abandono e de vazio. Quando uma criança se apercebe de que os seus pais se vão separar é natural que essa situação despolete todo o tipo de emoções. Muitos desses sentimentos serão vividos pela primeira vez, o que torna a situação ainda mais complicada. A criança confrontada pela separação parental é invadida por um sentimentos, que segundo Gerard Poussin e Elisabeth Lebrun (1999), provocam na criança reacções muito próximas à de um processo de luto.

Durante o período de choque, a criança é invadida por sentimentos que vão da recusa em enfrentar a realidade (“Ele vai voltar”) à revolta (“Porque é que eles me fizeram isto?”), à culpabilização (atribuição da causa do divórcio a si próprio), à tristeza, ao desgosto e à impotência. Segue-se um período de aceitação da realidade e finalmente, a criança acaba por adaptar-se à sua nova situação familiar. Estas reacções variam segundo a idade e a capacidade de integrar intelectual e afectivamente a realidade da nova situação familiar, mas, no entanto, a maior parte das crianças acaba por aceita-lo de forma satisfatória ao longo do tempo.

De forma a minorar os danos emocionais que podem advir deste processo, os adultos devem reflectir a sua forma de actuação, pois, são vários os erros cometidos pelos pais durante o decorrer divórcio e nos momentos posteriores a ele. Contidos pela sua própria angústia, muitos dos pais acabam por colocar os seus filhos no centro do conflito, ou mais grave, utilizam-no como arma contra o progenitor, não tendo a consciência, de que também eles sofrem durante todo este processo. Se para uma criança é difícil entender e conviver com esta nova realidade (e com as mudanças que ela acarreta), quando confrontado com a disputa dos seus progenitores, todo este processo se torna ainda mais doloroso emocionalmente.

Outro dos momentos críticos, refere-se ao pós-divórcio, onde começa a ocorrer uma tentativa de ajustamento à nova vida familiar. Este momento, é determinante para o bem-estar emocional dos filhos, sendo influenciado pela forma como os pais lidam posteriormente entre si e com os próprios filhos. Quanto maior for a cordialidade e a estabilidade na relação entre os progenitores após a separação, maior será a probabilidade de as crianças se ajustarem à nova família.

Outro dos erros praticados relaciona-se com o facto de perante a separação dos filhos, muitos pais se vêm a tomar atitudes compensatórias, na tentativa de amenizar o impacto desta decisão na gestão emocional da criança. Estas atitudes compensatórias e super protectoras que são tomadas tendem a prejudicar muito mais do que a separação propriamente dita. O divórcio não justifica, por parte dos pais, o descuido na imposição de limites ou a permissividade desmedida. Na realidade, mais do que compensar as crianças, os pais devem demonstrar que a criança continua a ocupar um lugar central nas suas vidas, para que esta, volte a confiar na sua capacidade de suscitar amor e projectar-se no futuro.

A ruptura do vínculo conjugal não deve, de modo algum, ameaçar o vínculo entre a criança e cada um dos pais, até porque, ambos os progenitores continuam a assumir um papel imprescindível no que se refere aos cuidados de educação, saúde, e às necessidades económicas, físicas e emocionais da criança. Aos pais deve caber sempre, o dever de proteger a criança durante todo este percurso, e nunca sobrepor as suas necessidades aos reais interesses da criança.


Técnica do Projecto Intervir.Com
Ana Carina Pereira – Psicóloga Educacional

susy. escreveu:

Muito bom.

Um estigma sim...

No Dia dos Namorados deste ano, a minha filha trazia-me da escola um lindo postal, mas... tinha escrito:

"Pai e mãe, espero que tenham um feliz dia dos namorados" ....

Sem comentários... não concordo com este tipo de trabalhos feitos em massa, em que se sobrepõe o colectivo ao individual, aliás já comentei com a professora, mas as situações repetem-se...

Também não concordo, Susy. Revela a insensibilidade da professora perante a individualidade de cada criança...
Eu nem sequer concordo que se dê importância ao Dia dos Namorados no 1º ciclo... O meu filho, que anda na creche, tem 4 anos, trocou desenhos com a "namorada" da mesma idade. Todos os coleguinhas da sala fizeram o mesmo. Parece giro, inofensivo, não tem mal nenhum, poderíamos dizer... mas também não acrescenta nada de útil à sua educação. Começando pelo facto da troca ter sido feita entre meninos e meninas - nem eu esperaria que fosse diferente, pois é muito cedo para abordar a homosexualidade, até aí estou de acordo. Mas, se é cedo para abordar o amor entre pessoas do mesmo sexo, não percebo porque se considera adequado abordar o amor entre pessoas de sexos diferentes.... Há tanta coisa positiva e mais adequada à sua idade para comemorar e para aprender... Tudo tem o seu tempo, quando chegarem à adolescência haverá oportunidade para isso.
Houvesse um Dia de Amigos e o recado seria: «Pai e Mãe, espero que tenham um feliz dia de amigos».... e no caso do meu pequeno, as trocas de cartas e desenhos teriam sido feitas entre amigos. Isso teria mais valor, no meu entender.

Beijinhos!!

Sem dúvida Rocana! Subscrevo tudo, não vejo interesse nenhum em abordar este dia em contexto escolar...

Então essa parte das trocas de postalinhos entre coleguinhas.. Haverá tempo!!

Hoje em dia, num ano, quase todos os dias são alusivos a alguma coisa, a alguma causa, e tantos poderiam ser abordados com conteúdos positivos, que acrescentam algo, que alertam para causas, para valores, para não discriminações, etc.

Ia-me caindo tudo quando vi o dito postal.. mais uma conversa com ela, para não cair em ilusão a mensagem que trazia.

Beijinhoooooos

Só se for assim nas vossas cidades. Na minha cidade, é o Dia da Amizade (para as crianças) e não Dia dos Namorados. Isso é para jovens e adultos!